Katú Mirim
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Katú Mirim | |
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Informação geral | |
Nome completo | Katú Mirim |
Nascimento | 09 de outubro de 1986 (37 anos) |
Local de nascimento | Campo Limpo Paulista, SP Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Gênero(s) | |
Ocupação(ões) | |
Instrumento(s) | Vocal |
Outras ocupações | |
Página oficial | www |
Katú Mirim (9 de outubro de 1986) é uma rapper, cantora, compositora, atriz e ativista da causa indígena.[1] Katú Mirim é reconhecida por suas letras, que através do rap/rock (ou hip-rock como ela cunhou em 2021), reconta a história da colonização pela ótica indígena, através do rap ela fala das suas vivencias, identidade, gênero e orientação sexual (mulher lésbica).
E por levantar questões, até então pouco discutidas no cenário musical atual, como indígenas em contexto urbano, o resgate da ancestralidade, o uso indiscriminado da cultura indígena e a forma como são tratados os indígenas no Brasil.[2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Katú Mirim nasceu e cresceu no interior Paulista. Com onze meses de idade foi adotada por um casal de não-indígenas. Veio ter conhecimento de que era adotada ainda na infância e aos treze anos descobriu que era filha biológica de pai indígena e mãe negra. Descobriu que sua família biológica é composta por indígenas e negros. Sua bisavó materna foi sequestrada da aldeia pelo seu avô, já sua família paterna tem como ascendente o povo Boe Bororo.[1]
Inicialmente Katú buscou informações sobre o seu povo Boe Bororo (etnia de seu pai biológico) e estudou sobre sua ancestralidade, resgatando sua auto estima e se afirmando como indígena Boe Bororo. O povo Boe Bororo foi sequestrado de Mato Grosso e escravizado na cidade de Jundiai deixando na cidade seus descendentes.[3]
Katú Mirim ganhou notoriedade na internet quando publicou no YouTube um vídeo levantando a hashtag "#indionaoefantasia" abrindo o debate sobre os símbolos que eram utilizados de maneira indiscriminada e questionando aos usuários, se a sua utilização realmente se tratava de uma homenagem.[4]
Em 2017, estreou no rap com o single Aguyjevete voltando para o cenário musical com uma música que fala da resistência do povo indígena e negro.[2] Antes disso Katú teve bandas de Rock mas que não saíram da garagem.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em 2017 viralizou com a hashtag #indionaoefantasia, trazendo à tona o debate sobre os costumes indígenas utilizados fora do contexto aos quais eles pertencem. Ainda 2017, a artista decidiu usar suas ações pela causa indígena para fundar o movimento “VI Visibilidade Indígena”, que luta pelos direitos e representatividade dos povos. No mesmo ano lançou seu single de estreia Aguyjevete.[5][6]
Em 2018 participou da gravação da música “Retomada”, juntamente com Marina Peralta e Afrojess.[7]
Em 2019 foi a primeira artista indígena brasileira a realizar show para a marca Levi’s.[8] Se apresentou no Festival Red Bull Amaphiko.[9] Participou do Órbita Festival onde dividiu o palco com Edgar.[10] Prestou consultoria à Maurício de Souza Produções na construção do espetáculo "Brasilis".[11] Desfilou no São Paulo Fashion Week.[1] Participou do comercial da Converse e do podcast POC de Cultura patrocinado pela mesma, junto ao coletivo Tibira - LGBTQ+ Indígena.[12] Participou do encontro MASP Professores, "Eu sou porque nós somos: mulheres e interseccionalidade", o programa se dedicou a discutir a importância de conhecer e compreender as experiências vividas por mulheres em diferentes dimensões e camadas sociais, considerando a necessidade de exercícios empáticos de suporte, crítica e ação conjunta.[13] Participou de WME (Women’s Music Event) onde cantou Aguyjevete ao lado de Kaê Guajajara, transmitido ao vivo pelo canal TNT Brasil.[14] Foi a primeira indígena brasileira a tocar na rádio CBC (Canadian Broadcasting Corporation).[15] Participou do clipe "A Caminhada" da cantora Gloria Groove.[16] Participou do Mekukradjá, "(Re)existindo pelas letras, criando pontes", palestra apresentada no Itaú Cultural.[17] Em 2020 participou do vídeo clipe da cantora Iza Be The One.[18]
Em 2019 fundou o coletivo Tibira- indigenas lgbtq
Foi uma das atrações musicais da cerimônia de entrega do Prêmio Sim à Igualdade Racial 2023, ao lado de BK', MC Soffia, Linn da Quebrada, Kaê Guajajara e Liniker.[19]
Referências
- ↑ a b c https://catarinas.info/quem-sao-os-pardos-no-brasil-a-reafirmacao-identitaria-da-rapper-katu-mirim/
- ↑ a b Martins, Bárbara (23 de dezembro de 2020). «Katú Mirim, rapper paulista, é sinônimo de resistência indígena na cidade». Hypeness (em inglês). Consultado em 23 de abril de 2023
- ↑ «Índios também foram escravos em Jundiahy». Jundiaqui. 25 de agosto de 2019. Consultado em 9 de março de 2021
- ↑ «#ÍndioNãoÉFantasia: quem é a indígena que iniciou debate sobre uso de fantasias». G1. Consultado em 23 de abril de 2023
- ↑ Aun, Heloisa (8 de fevereiro de 2018). «'Usar fantasia de índio não é homenagem, é racismo', diz ativista». Catraca Livre. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ https://radioyande.com/default.php?pagina=blog.php&site_id=975&pagina_id=21862&tipo=post&post_id=766
- ↑ https://www.marinaperalta.com.br/
- ↑ «Geração 501: evento traz oficinas e shows gratuitos por São Paulo». CLAUDIA. 23 de abril de 2019. Consultado em 23 de abril de 2023
- ↑ «Programação do Festival Red Bull». www.redbull.com. Consultado em 29 de maio de 2023
- ↑ Rassy, Gabriela (2 de abril de 2019). «Órbita vai dos shows aos discos voadores em festival gratuito». Catraca Livre. Consultado em 23 de abril de 2023
- ↑ «"Cultura e a arte são fundamentais para a formação de bons cidadãos", afirma Mauro Sousa». GQ. Consultado em 23 de abril de 2023
- ↑ https://audioboom.com/posts/7454818-lgbtqia-indigenas-crew-tibira-com-katu-mirim
- ↑ «MASP». MASP. Consultado em 29 de maio de 2023
- ↑ WME (5 de dezembro de 2019). «WME Awards se consagra como única premiação nacional do canal TNT». Women's Music Event. Consultado em 29 de maio de 2023
- ↑ https://www.cbc.ca/listen/live-radio/1-184-reclaimed/clip/15743870-reawakening
- ↑ «Gloria Groove alfineta conservadores em novo clipe; confira A Caminhada». observatoriog.bol.uol.com.br. Consultado em 23 de abril de 2023
- ↑ https://www.picuki.com/tag/mekukradja
- ↑ «Iza lança 'Let Me Be the One', em parceria com americano Maejor; veja clipe». entretenimento.uol.com.br. Consultado em 9 de março de 2021
- ↑ Prêmio Sim à Igualdade Racial 2023 | ID_BR | Origens e Raízes, consultado em 29 de maio de 2023